fevereiro 15, 2010

O ensino e as propostas pedagógicas

Análise crítica do texto:

  1. MICOTTI, Maria Cecília de Oliveira. O ensino e as propostas pedagógicas. Pesquisa em Educação Matemática: Concepções & Perspectivas. BICUDO, Maria Aparecida V. (org.). São Paulo: Editora UNESP, 1999, p. 153 -167.
Conforme a leitura percebe-se que para a autora educar é a principal função da escola. A autora afirma, também, que até bem pouco tempo, ensinar era considerado sinônimo de transmitir informações, mas as ideias pedagógicas mudaram. A sociedade contemporânea exige um perfil de um novo ser, por conta disso, buscamos uma proposta de ensino e de aprendizagem que atenda esse público, ou seja, extrapole a sala de aula.
Considero que a principal função da escola deveria ser a transmissão/produção do conhecimento. Mas que nos modelos de escola que temos hoje essa função perdeu-se uma vez que passou a assumir papeis que há tempos atrás seriam atribuídos a família. Então como atender essa diversidade?
Para a autora, seria ideal que a matemática escolar propiciasse aos alunos habilidades como: lógica de raciocínio; possibilidade de transferir conhecimentos de uma área para outra; comunicação e entendimento do que lhe é comunicado; trabalho em equipe; interpretação da realidade; analise e tratamento da informação; postura crítica, entre outras.
Nessa concepção, entendo que aprender matemática vai muito além do que temos nas escolas de hoje. Concordo com Groenwald[1] (1999) que aprender Matemática é compreender a interpretar problemas. Isso implica o desenvolvimento do raciocínio lógico, da compreensão, da imaginação e da extrapolação, ou seja, é muito mais do que aprender técnicas de utilização imediata.
Micotti (1999) apresenta uma preocupação no sentido de que se o ensino tradicional for substituído por atividades sem reflexão, podem trazer prejuízos educacionais. Concordo com ela, nesse sentido e por isso defendo a formação continuada do professor. Na perspectiva de um profissional conforme propõe Ponte[2].

Para responder aos desafios constantemente renovados que se colocam à escola pela evolução tecnológica, pelo progresso científico e pela mudança social, o professor tem de estar sempre a aprender. O desenvolvimento profissional ao longo de toda a carreira é, hoje em dia, um aspecto marcante da profissão docente. (1998, p.2)

Não podemos desconsiderar que diariamente os professores encontram-se diante de desafios e dilemas, de novas demandas de aprendizagens e de formação docente que são postas pela sociedade contemporânea. Para esses professores, configura-se a necessidade de uma maior adaptação às mudanças, inovação, flexibilidade, criatividade, possibilidade de trabalho em grupo e capacidade para resolver problemas.
Com vistas a atender essas demandas, muito pesquisadores voltaram seus estudos intencionando a superação dos modelos considerados ultrapassados. Pesquisas como a de Polya[3] (1948) e depois Freudenthal[4] (1973) trouxeram grandes contribuições as discussões no campo dos processos que envolvem o apropriação do saber matemático.
Assim pensar na Educação Matemática orientada pelas tendências metodológicas, objetos de pesquisa de muitos autores, concepções relacionadas umas com as outras, que podem ser utilizadas indistintamente pelos professores durante o desenvolvimento de atividades de ensino e aprendizagem da matemática escolar pode ser uma proposta para atender as aflições que Micotti apresente no texto.
Obviamente que cada tendência possui características próprias, a sala de aula é um espaço propicio a incorporação das mesmas, mas cabe ao professor saber qual a melhor tendência e qual momento adequado a sua utilização, lembrando sempre que, a utilização de uma não exclui a outra.

[1] GROENWALD, C. L. O. A Matemática e o Desenvolvimento do Raciocínio Lógico. Educação Matemática em Revista - RS. Janeiro/Junho de 1999.
[2] PONTE, J. P. Da formação ao desenvolvimento profissional. In: ENCONTRO NACIONAL DE PROFESSORES DE MATEMATICA, 1998, Guimarães. Actas Lisboa: APM, 1998, p.27-44.
[3] POLYA, G. (1948): Cómo plantear y resolver problemas. Editorial Trillas. México.
[4]FREUDENTHAL, H. Mathematics as an educational task. Holland: Dordrecht, 1973.

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